João Tiago S. F.
Preocupa-me perder memória das ruas, dos passeios em que dançámos e as esquinas em que sorrias. E essas ruas, perderam-se pela cidade à nossa procura. Não quero que te esqueças das noites limpas, do céu doce, da manhã fria em cobertores finos, inúteis por nos termos, ridículos por lá estarem.
E essas noites, porque é que já as roubámos? Esse olhar terno de quem vê suspiros de corpos. Este ar que dói, que me faz acordar cansado. E os corpos, que já são só imagens. E as palavras com que eu nos tocava e nós, e o vinho e nós e a sala, a cinza, a luz doente do dia e nós. E as mãos, as minhas que são estradas sem regresso de onde os teus dedos fugiram.
Samuel Velho
4 comentários:
"...descias o Douro e eu fui esperar-te ao Tejo..."
Era o mínimo depois de todo aquele... Egoísmo...hehe.
Muito, muito bonito...de ficar com a lagrimita ao canto do olho (em bom, claro)...*
gosto especialmente que este post tenha sido feito neste dia...
o acordar é constante passado de outra vida que não ficou apagada... e que já não pertence aqui...
abraços para ambos
o que temos parece que vem sempre acompanhado de medo…
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